sábado, 9 de abril de 2011

Mensagens de Amigos!

Meu nome é Ana Paula, e minha historia começou em 2007 quando caí da escada.


Eu bati as costas na quina do degrau e desde então sinto uma dor aguda na região lombar. Eu vou ser honesta, demorei uns meses para procurar o médico, quando caí pensei que a dor passaria em alguns dias, o que foi um tremendo equivoco, depois de uns 3 meses sofrendo de dor nas costas resolvi procurar um médico. Fiz vários RX que nada acusaram, e fiquei tomando antibióticos que nada resolviam. Depois de passar por mais de 10 ortopedistas, de tomar uns 5 antibióticos diferentes, e só fazendo RX, nenhum dos médicos pedindo outro tipo de exame para investigar melhor as dores, eu desisti de ir em médico e comecei a tentar outras alternativas, como colocar uma bolsa de agua quente nas costas, massagem, acupuntura, e nada resolveu, até que mais uma vez tentei um ortopedista que meu irmão conseguiu na rede publica de saúde.

O Médico muito atencioso me examinou e chegou a conclusão que eu estava com anemia, o detalhe é que já era final de 2009 e nenhum outro médico chegou a essa mesma conclusão. Fiz um exame de sangue, e realmente estava com anemia, mas o que mais me estranhou foi uma tal de "Creatinina" que estava em 13. Mostrei o exame para minha cunhada que apresentou para uns amigos médicos que disseram que o exame só poderia estar errado, então uma semana depois repeti o mesmo exame, e a "Creatinina" deu 11. Uma neurologista que havia passado na mesma semana alertou que se o exame estivesse certo para eu correr para o hospital, e foi o que aconteceu, corri para o hospital com os 2 exames de sangue, e quando passei pela triagem a enfermeira me olhou com dó, eu não entendi nada, foi quando o médico do hospital me atendeu que caiu um balde de agua fria na minha cabeça, só lembro de ter ouvido as palavras biópsia, hemodiálise e transplante.

Caí em desespero, e enquanto aguardava a autorização para ser internada eu tremia, chorava, e pensava que iria morrer.

Bom, a internação não foi autorizada naquele hospital, então fui transferida para outro. Já era noite, então só deu tempo de abrir a ficha no hospital e ir dormir. No dia seguinte fiquei sabendo que colocaria um cateter para dialisar, não sabia nem o que era cateter, quando fui implantar o dito cujo, o medico não conseguia, tentou em 3 lugares até finalmente conseguir colocar.

Fiquei meia dopada de tanto remédio, pois fiquei com um caroço do tamanho de um limão no pescoço, mas enfim, com o cateter implantado, fui tirar RX do tórax para ter certeza que ele estava no local certo e depois disso fui para a primeira sessão de hemodiálise. Não sabia o que esperar, se ia doer, se eu iria passar mal, como funcionava essa tal de hemodiálise. Graças a Deus a técnica que me ligou na maquina foi muito prestativa e me deu algumas orientações sobre o tratamento, não senti dor e nem passei mal durante a sessão. No dia seguinte outra transferência de hospital, pois o hospital que estava internada não tinha nefrologista de plantão. Quando cheguei no 3° hospital fui fazer um ultra-som e identificaram que meus rins ja estavam atrofiados e do jeito que estão seria impossível fazer a biópsia para tentar descobri o que aconteceu com eles.

Fiquei 21 dias internada para investigar o que causou a falência renal, fiz pulso-terapia para tentar reverter o quadro, mas os rins não responderam. Não foi hipertensão, não tenho diabetes, não tenho lupus, não identificaram nada.

Aos poucos fui aprendendo mais sobre o tratamento e o que me esperava, mas confesso que o que mais me desanimou foi saber que o transplante não durava para sempre, foi quando descobri isso que percebi que teria que lutar minha vida toda com uma doença grave, porem com alternativas paleativas para viver bem.

O inicio foi bastante tumultuado, o medo era grande, mas conforme as primeiras experiências iam passando, eu fui percebendo que não era tão ruim como parecia ser, dava para encarar.

Hoje estou há 1 ano e 5 meses fazendo hemodiálise, lógico que com altos e baixos, mas sempre otimista e sempre me cuidando para me manter bem, minha maior luta é contra as dores ósseas que tenho desde 2007 ainda sem saber direito o que esta causando, o principal suspeito é o PTH que esta bem alterado. Enquanto investigo a razão dessas dores vou vivendo a vida, um pouco limitada para andar, mas se dependesse da hemodiálise apenas, eu viveria normalmente.

Por no começo ter ficado perdida com tanta informação e também com a falta dela, resolvi narrar meu tratamento todo para ajudar quem esta iniciando o tratamento, eu escrevo no blog http://www.casosrenais.com/ toda minha experiência.

Para quem esta começando a fazer hemodialise MUITA FORÇA e siga a orientação médica, é a melhor forma de se manter bem.

Um grande Abraço

Ana Paula

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